A fibrose uterina (mioma), assim como a endometriose, acomete as mulheres em idade fértil.

O mioma uterino, chamado também de fibroma do útero é um tumor benigno que afeta cerca de 50% das mulheres.

Consiste em uma desordem hormonal que causa um enovelamento das fibras musculares, formando nódulos no útero.

Geralmente, os miomas localizam-se no trato genital, possuem consistência firme e uma coloração esbranquiçada. Em sua maioria, são múltiplos.

Existem tipos diferentes: aqueles conhecidos como “subserosais”, que se desenvolvem na superfície do útero; o “intramural”, na espessura da parede uterina; a “submucosa”, dentro da cavidade do útero. Os primeiros são principalmente assintomáticos, enquanto os outros afetam o endométrio, causando sintomas mais óbvios.

O que pode causar o aparecimento do mioma?

É uma patologia com forte predisposição genética e nos casos em que as causas são desconhecidas, é preciso levar em consideração o histórico familiar. Outros fatores que elevam a propensão do desenvolvimento do mioma são a obesidade e a nuliparidade (não ter filhos).

O estrogênio é o principal causador dessa doença. Por isso, a maior incidência de miomas ocorre no período máximo da reprodutividade feminina, até a chegada da menopausa. Geralmente, os miomas uterinos acometem mulheres entre 45 e 55 anos de idade, mas também podem ocorrer a partir dos 35 anos.

Falando na menopausa…

No período da menopausa, o volume de miomas tende a diminuir espontaneamente, levando a uma diminuição acentuada dos sintomas, se não do seu desaparecimento. Se você tem um mioma no útero, a menopausa não é uma má notícia! Isso ocorre porque o crescimento dos miomas está intimamente relacionado à produção de estrogênio.

30% das mulheres não apresentam sintomas

O mioma uterino, em 30% dos casos, não apresenta sintomas: durante um simples check-up, o ginecologista descobrirá sua presença. Nos 70% restantes, por outro lado, pode causar dor intensa na região pélvica.

Como já dito, algumas mulheres não apresentam os sintomas da doença, mas dependendo do tamanho, da quantidade de miomas e da localização, é possível apresentar sintomas como sangramento uterino anormal, pressão na bexiga, dor no abdômen, dor lombar, dificuldade para engravidar e dor pélvica com hemorragia.

Nos casos sintomáticos, podem ocorrer fenômenos de dismenorreia (isto é, dores menstruais muito fortes devido às contrações contínuas do útero que tenta eliminar o fibróide) ou de metrorragia: perda de sangue entre uma menstruação e outra. Igualmente prováveis ​​são menorragia (fluxo menstrual muito abundante) e polimenorréia (perda irregular de sangue antes da chegada do ciclo real).

Outros sintomas frequentes são anemia, sensação de inchaço e cansaço, dor na área sacral e lombar, dificuldade em urinar (ou precisa urinar com frequência), dor durante a relação sexual, ganho de peso e problemas com constipação.

O diagnóstico

O diagnóstico em 80% dos casos ocorre em exames regulares femininos, como ultrassom e exame ginecológico.

Quais são as formas de tratamento?

O tratamento pode ser medicamentoso ou cirúrgico e é realizado de acordo com o histórico de vida da paciente e da quantidade e tamanho dos nódulos.

O tratamento medicamentoso pode ser feito com o uso de diversos medicamentos que podem ser tanto de uso oral como injetáveis, alguns exemplos deles são: anti-inflamatórios não hormonais, progestágenos, drogas inibidoras de hormônios, entre outros.

Caso você apresente algum sintoma, procure seu médico. Somente ele poderá realizar um diagnóstico e propor o tratamento mais adequado.

E afinal, o mioma uterino é perigoso? Quando você deve se preocupar?

Como já sabe, o mioma uterino é um tumor benigno e apenas em uma porcentagem muito baixa pode evoluir para um tumor. Portanto, não há necessidade de se preocupar muito, apesar de ser importante o acompanhamento médico para manter os miomas sob controle.

A gravidade dos sintomas provocados dependerá muito da idade, das expectativas futuras da mulher, do tipo de mioma e das condições clínicas gerais de cada paciente. Por isso, cada caso deve ser examinado individualmente. Consulte seu médico!

E quanto a gravidez, a mulher com mioma poderá engravidar?

Muitas vezes, as mulheres que descobrem ter um mioma temem não engravidar, mas esse não é o caso: há muito poucos casos em que essa doença se torna um obstáculo à concepção.

No entanto, não é incomum, que os miomas uterinos ocorram durante a gravidez. De fato, é muitas vezes durante os exames de gestação que eles são percebidos, especialmente se são assintomáticos. Essa descoberta pode levar a alguma ansiedade, mas não há necessidade de muita preocupação: a incidência de miomas na gravidez não excede 2,6%.

As possíveis complicações estão relacionadas a um possível aumento do tamanho do fibróide durante a gravidez, o que pode levar a sangramentos extremos, dores e problemas com o feto. O importante é manter a situação sob controle com exames de ultrassom e inspeções ginecológicas, para analisar o volume do mioma, seu desenvolvimento e composição celular.

Consulte o seu médico, para que ele possa avaliar o seu caso individualmente.

Fontes:
Lima, Geraldo Rodrigues de; Girão, Manoel J.B.C.; Baracat, Edmund Chada. Fibromioma do útero. In: Ginecologia de Consultório. 2003.1ª Edição. P.9-11. Editora de Projetos Médicos. São Paulo-SP.
Helito, Alfredo Salim; Kauffman, Paulo. Saúde: entendendo as doenças, a enciclopédia da família. In: Mioma Uterino. 2007. 1ªEdição. P.96-97. Editora Nobel. São Paulo – SP.